sexta-feira, 27 de julho de 2012

Soluços anestesiados

Todo aquele amor e que fielmente foi amor puro, mas agora foi e já não é, deixa marcas, cicatrizes, machucados. As vezes são visíveis, as vezes não.
Seja numa lágrima que não para de escorrer, seja num olhar que está perdido, seja num pedacinho de alma que acaba de morrer.
E não adianta! Gritamos e gritamos, alto, alto, cada vez mais e mais, a dor parece ser tão forte e sentimos que não há mais lugar para ela de tão grande que é. Nosso corpo a sente por inteiro.
Toda dor real, merece ser sofrida e assim sentimos que realmente foi verdadeira. Sofrer ao extremo e se matar por isso, é falta de amor próprio.
Pensamentos confusos, perguntas mal respondidas, sentimentos estranhos. Dor, amor, ódio, raiva, pena de si mesmo e de repente vem mais ódio, mais ódio, mais raiva, mais dor,mais vontade de gritar e aquelas lágrimas que não param nunca de escorrer e parecem mais uma enxurrada lavando tudo isso que nos faz mal.
Mais lágrima, mais lágrima, começa a arder, arder...quando de repente, mais que de repente, aparece. Aquela calmaria. As lágrimas ainda estão lá! Mas elas não querem mais escorrer. Só sobra um choro escondido, um choro abafado, um choro que já não é mais choro, são apenas soluços. Soluços anestesiados.